O trecho do livro* de Khaled Hosseini se ajusta perfeitamente a nossas promessas diárias que insistimos em não cumprir.
Ser bom novamente significa perdoar, esquecer, recomeçar... Mas sobretudo, ter uma postura ativa na vida, seguir adiante, retomar a caminhada, relacionar.
Implica em encarar nossos erros e não deixa-los escondidos no fundo do nosso quintal, esperando que se dissolvam e transformem-se num adubo fundamental para o crescimento de uma linda e frondosa árvore, que na verdade, nunca existirá. Abandone as desculpas!
Ficar parado em qualquer fase da vida é um convite para a estagnação e um ato que nos torna reféns das escolhas alheias. Lembre-se: Mesmo quando você não faz uma opção, sua própria omissão transforma-se em uma escolha. Não existe uma oportunidade perdida; alguém vai saber aproveitar o que você não quis.
Não fomos feitos para viver um único momento. Nosso relógio não marca uma única hora. Não comemoramos um único aniversário... Pelo contrário, somos convidados a perceber que cada única experiência é uma grande oportunidade para apreender a vida que se renova a cada instante. Isso está na essência de uma frase que diz: Quando imaginamos que sabemos todas as repostas, vem a vida e muda todas as perguntas. Não podemos congelar aquele momento bom ou ruim e esperar que ele nos preserve dos próximos capítulos de nossas vidas ou de suas consequências.
Enfim, ser bom de novo sugere que devemos ser pessoas melhores a cada dia. Nos convida a entender que a vida não está em um único relacionamento. Afinal, relacionamento é um substantivo, e este último vem do latim substantivus que significa substância; ser que existe. Prefiro pensar que a vida é um eterno relacionar verbo que opõe-se a res coisa, realidade. Viver ultrapassa qualquer entendimento!
Que tal ser bom de novo?
Alexandre Barreto*
HOSSEINI, Khaled. Caçador de Pipas, O. Editora Nova Fronteira